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Diálogos Imprevisíveis

LEITURAS DO MUNDO

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“Diálogos Imprevisíveis” é um projeto híbrido, em que se misturam a literatura, as artes em geral, as ciências, a filosofia, o pensamento comum, a religião.

 

As ideias que o movem são a do encontro e a do diálogo, entendidos como pontes de acesso e de desvendamento do humano. Não pontes que levem a respostas prontas, a clichês, ou a grandes conclusões. Mas que produzam interrogações, dúvidas, instabilidades, e que nos agitem e nos despertem.


Os debatedores são convidados a refletir sobre temas abstratos e até difíceis do mundo contemporâneo. Não para teorizar, ou pontificar, ou mesmo “dar aula”, mas para refletir
francamente sobre o presente e a própria vida.


O objetivo não é um debate entre especialistas, mas uma interrogação aberta do mundo. Algo que, talvez, nos inquiete e nos energize. Desse choque de pensamentos, emoções e experiências talvez consigamos esboçar um futuro, que nos ajude a habitar nosso difícil presente.

Tire suas dúvidas:

Tel/Whatsapp: (21) 99127-4088

email: iel@estacaodasletras.com.br

Datas:

03/11 - 24/11 - 14/12

Horário:

19h a 20h30

Valor do ingresso: 

R$ 25,00 por evento

Plataforma:

Zoom

Curadoria e mediação:

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José Castello

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Flávio Stein

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Luís Henrique Pellanda

Confira a programação

03/11 às 19h

CONTAMINAÇÃO

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Joca Reiners Terron

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Marcelo Gleiser

O ficcionista Joca Reiners Terron e o físico e astrônomo Marcelo Gleiser se reúnem para conversar sobre essa malha de transmissão, mas também de degradação, que nos envolve. Para falar, em particular, das estratégias pessoais que adotam na resistência a esse universo de contágios.

A pandemia do Covid é apenas um sintoma mais assustador do mundo contaminado e devastado em que vivemos. O contágio, a poluição, a impureza, a dependência são marcas de nosso tempo.


No isolamento em que vivemos desde o início de 2020, a contaminação – que já se propagava no cotidiano, na moda, na publicidade, na internet – tomou a cara de um vírus mortal. Já não podemos mais negá-la. A contaminação agora mata.


Em um planeta superpovoado, no qual a miséria e a desarmonia se espalham, o contágio é uma experiência diária. A própria tecnologia nos expõe, cada vez mais, a um bombardeio de informações, de solicitações e de obrigações. A inquietude é nossa marca. Viver é debater-se na grande rede humana.
 

A pandemia nos levou a uma experiência radical de isolamento e de solidão. Isso nos choca porque, em nosso mundo interligado, regido pela noção da rede, estamos sempre em estado de conexão. E, portanto, expostos ao outro e em contaminação com o outro.
 

Apesar de tudo, há um lado positivo: nunca ficou tão claro o quanto dependemos uns
dos outros. Tão claro que, sem o outro, não existimos. Apesar de tudo, a ideia de comunidade se fortaleceu. Ou, pelo menos, o desejo dela.

 

Neste mundo do contágio e da infecção contínuos, no qual nunca dependemos tanto da presença do outro, a solidão, o silêncio, a introspecção, se tornam utopias. Que, quando se
transformam em compulsórias, como na pandemia, parecem insuportáveis.

24/11 às 19h

SOLIDÃO

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José Pacheco

Sidney-Rocha.-Crédito-João-Miguel-Pinhei

Sidney Rocha

Onde encontrar a solidão? O que fazer com ela? Como acordar desse grande desmaio coletivo e voltar a si? Essas perguntas são colocadas ao educador José Pacheco e ao ficcionista Sidney Rocha. Eles nos ajudarão a refletir sobre os possíveis caminhos de retorno a nós mesmos.

A experiência da solidão se torna, a cada dia, mais difícil. Não porque não a desejamos, mas porque não a suportamos. Em um mundo que se desagrega e se desmancha, um território de escombros e de dejetos, centrar-se em si, bastar-se, tomar posse de si mesmo, são experiências, cada dia, mais difíceis.


Estar sozinho é se entregar aos próprios pensamentos, fantasias e percepções. É conversar consigo mesmo. Mas como é possível chegar a isso se, em nosso mundo globalizado, todos dependemos de todos durante todo o tempo? Como, presos a uma grande rede, podemos ser donos de nós mesmos?


Parece que não fomos educados para nos bastar. Não fomos educados para ser donos de nossa própria vida. Para a experiência da solidão essencial. Como suportar isso então? Em um mundo de selfies, de imagens luminosas e de lives, como suportar a experiência do desaparecimento que a solidão nos traz?


Estar sozinho é desaparecer – é bastar-se. Claro, dependemos sempre dos outros, mas não existirão os outros se não houver, primeiro, um si mesmo. O Eu que brilha na publicidade e nas redes sociais, porém, é só uma máscara, uma fantasia, uma defesa que erguemos contra o outro. E contra nós mesmos.  


Todos nos perguntamos, todo o tempo, onde se esconde o verdadeiro Eu. Onde verdadeiramente somos. Em um mundo que se desmancha e se contamina, como responder à antiga pergunta: quem sou eu?

14/12 às 19h

VELOCIDADE

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Viviane Mosé

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Ailton Krenak

Os filósofos Viviane Mosé e Ailton Krenak se reúnem para debater sobre a ousadia de desacelerar. Com a filosofia banida das escolas, e a falta de lugar para este diálogo, a agitação das ruas, das cidades, das redes sociais, das agendas de que nunca se dá conta e se refletem no ritmo interior das pessoas ganham espaço neste debate: correria, atrasos, ansiedade, nervosismo, pânico se tornam doenças de nossa época e um dos questionamentos é para quê.

Já não conseguimos parar. Respirar. Suportar o intervalo. Em um estado de efervescência atordoante, de pura correria, o mundo contemporâneo nos empurra sempre e sempre para a frente. “Mais rápido, mais rápido”, uma voz nos pede.


A agitação das ruas, das cidades, das redes sociais, das agendas de que nunca damos conta, se refletem em nosso ritmo interior. Também estamos sempre correndo, ansiosos, atrasados, atarefados. A ansiedade, o nervosismo, o pânico, se tornam doenças de nossa época.


Mas para que corremos tanto? Para chegar aonde? Para que tudo isso? Correr é, na verdade, agir sem pensar. Essa correria, antes de tudo, nos afasta do pensamento. O pensamento parece ser a grande ameaça que nos ronda. Contra ele, cultivamos o gozo da obsessão.


Não é à toa que hoje se descarta a reflexão e o pensamento em nome da planilha, do lucro e do resultado. Pedem-nos eficácia. Rendimento. Balanços. Que sejamos práticos. Nosso mundo busca a síntese. Soluções claras e compactas. Pacotes. Não queremos perder tempo.


O que fazer para resistir à velocidade que, com a expansão das grandes redes digitais, nos engolfa? Como defender a lentidão em tempos tão frenéticos? A preguiça e o ócio, elementos fundamentais do humano, se tornaram perigosos, porque improdutivos. A ordem é produzir e produzir, sem parar. Sobretudo: sem parar para pensar.

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